Efeitos da estiagem continuam a ser sentidos no Rio Grande do Sul

Agro Economia

Apesar da ocorrência de chuvas e temperaturas amenas, o Rio Grande do Sul continua a sentir os efeitos da estiagem. É o que aponta o informativo da Emater/RS-Ascar.

Porém, conforme o estudo, as chuvas, mesmo que em volumes e distribuição irregular, proporcionaram melhores condições e umidade do solo estimularam a emissão de novas folhas e a retenção de vagens em cultivos de soja que estão entre a fase final de floração e fase inicial de enchimento dos grãos.

A colheita evoluiu lentamente para 6%, concentrada em cultivos com maiores danos por estiagem, outros 26% estão em fase de maturação, 50% em enchimento de grãos, 16% em floração e 2% em germinação e desenvolvimento vegetativo.

Nessas áreas, a produtividade é considerada muito baixa, com abandono de algumas lavouras que não viabilizam economicamente a operação. A estimativa de produtividade atual é de 1.511 quilos por hectare, sendo 52% menor que a inicialmente planejada. Além dos danos quantitativos, parte dos grãos colhidos apresentam defeitos que inviabilizam a extração de óleo, sendo destinados alternativamente para rações, com depreciação comercial.

Na metade Leste do Estado, há uma recuperação parcial da soja, inclusive em lavouras em fase final de enchimento de grãos, aumentando o seu peso e, portanto, impactando positivamente na produtividade. Dessa forma, o cenário da produção é distinto, pois varia em termos de efeitos causados pela estiagem. Dentre as lavouras mais afetadas, estão aquelas semeadas no início do período recomendado, as cultivares mais precoces e as localizadas na metade Oeste do Estado.

Confira a situação das culturas no RS

Milho – A colheita do milho alcançou 64% da área cultivada no Estado. A produtividade estimada no momento é de 3.428 kg/ha, representando um decréscimo de 53% na inicial. A ocorrência de chuvas beneficiou as lavouras nas quais as plantas estão em estágios vegetativo, em florescimento e em enchimento de grãos, que totalizam 18% cultivos.  As áreas em maturação serão pouco afetadas pelas precipitações. Outros 18% estão em fase de maturação.

Milho silagem – A colheita de milho destinada à silagem alcançou 84% da área cultivada, e as lavouras remanescentes estão predominantemente em desenvolvimento vegetativo, em função de plantios recentes. A produtividade estimada tem redução de 54% em relação à projeção inicial, com rendimento alcançado de 17 toneladas por hectare.

Arroz  – A produtividade inicial de aproximadamente 8.000 kg/ha foi revista e estimada atualmente em 7.600 kg/ha, constituindo 5% de perdas decorrentes das condições de estiagem e calor excessivo durante o ciclo da cultura. Com a ocorrência de dias chuvosos, a colheita evoluiu mais lentamente, somando 16% da área cultivada. A fase de maturação alcançou 40%; em enchimento de grãos, 38%; e em floração, 6%. O tempo no período foi marcado por nebulosidade e temperaturas amenas, favorecendo a redução nas perdas de água por evapotranspiração. Porém a baixa luminosidade pode reduzir a fotossíntese e aumentar o risco de ocorrência de doenças fúngicas. Rizicultores, na tentativa de racionar a água disponível, adotaram a estratégia de interromper a irrigação das lavouras em fase de maturação e concentraram-se em lavouras em fase de enchimento de grãos.