RS registra terceira morte por dengue e primeira por chikungunya em 2025

Saúde

O aumento dos casos e os óbitos confirmados reforçam a importância da eliminação do mosquito transmissor.

O Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), vinculado à Secretaria da Saúde (SES), confirmou nesta sexta-feira (4/4) o terceiro óbito por dengue no Rio Grande do Sul. Ocorrido em 25 de março, o caso é de um homem de 79 anos com comorbidades e morador de Alvorada. Também foi confirmada nesta sexta, em Carazinho, a morte de um homem de 68 anos com comorbidades. É o primeiro registro desse tipo em toda a série histórica.

A segunda morte por dengue confirmada havia sido de uma idosa de Cachoeira do Sul, de 83 anos e com comorbidades, ao passo que o primeiro registro de óbito tinha sido de uma mulher de Porto Alegre, de 59 anos e também com comorbidades. Neste ano, o Rio Grande do Sul já registrou 4.703 casos da doença, sendo 4.159 deles autóctones (quando o contágio ocorre dentro do próprio Estado). Em 2024, o RS registrou 208 mil casos de dengue, dos quais 172 mil foram autóctones e 281 evoluíram para o óbito.

De acordo com orientações da SES, é importante que as pessoas procurem atendimento médico nos serviços de saúde assim que os primeiros sintomas se manifestarem. Dessa forma, evita-se o agravamento da doença e a possível evolução para óbito.

Como a dengue e a chikungunya são transmitidas pela picada do mosquito Aedes aegypti, a SES alerta para a importância de prevenir a proliferação e a circulação do mosquito. A limpeza e a revisão de áreas internas e externas de residências ou apartamentos para eliminar objetos que contenham água parada impede o nascimento dele, interrompendo seu ciclo de vida ainda na fase aquática.

A SES também recomenda que, em municípios com vacina disponível, a população elegível de crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos seja vacinada. Outra medida adicional, que aumenta a proteção individual, é o uso repelente.

Chikungunya – O Cevs já havia emitido no último mês alertas epidemiológicos a respeito da confirmação de casos autóctones de chikungunya no Estado: em 21 de março, quando foram confirmados os primeiros casos em Carazinho; e em 31 de março, quando foram identificados casos em Salvador das Missões. Em 2025, são 107 casos confirmados no RS, sendo 93 autóctones (88 em Carazinho e 5 em Salvador das Missões).

Sintomas – A dengue e a chikungunya são doenças denominadas arboviroses, que se caracterizam por serem causadas por vírus transmitidos por artrópodes (como insetos e aranhas). No Brasil, as duas (além da zika) são transmitidas pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti.

A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica, dinâmica, debilitante e autolimitada. A maioria dos doentes se recupera, porém, parte deles podem progredir para formas graves. A quase totalidade dos óbitos por dengue é evitável e depende, na maioria das vezes, da assistência prestada e da organização da rede de serviços de saúde.

Todo indivíduo deve procurar imediatamente um serviço de saúde, a fim de obter tratamento oportuno caso apresente febre alta (39°C e 40°C) de início repentino e observe pelo menos duas das seguintes manifestações: dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares, náuseas, manchas vermelhas pelo corpo e dor atrás dos olhos.

A chikungunya possui sintomas semelhantes à dengue. Além da febre de início repentino, é considerado um caso suspeito aquele em que o indivíduo também apresenta dores nas articulações (artralgia ou artrite intensa) de início agudo e que não seja explicada por outras condições. Também deve ser considerado o fato de ele ser residente ou ter visitado áreas com transmissão ou que tenha vínculo epidemiológico com caso confirmado até duas semanas antes de começarem os sintomas.

Prevenção – As principais medidas para eliminar a formação de criadouros do mosquito são:

– Manter as caixas-d’água bem vedadas e com tela;

– Lavar com água e escova, esponja ou bucha, e manter tonéis, galões ou depósitos de água bem fechados;

– Evitar utilizar pratos nas plantas ou, se desejar mantê-los, colocar areia até a borda dos pratos de plantas ou xaxins;

– Limpar e remover folhas das calhas, deixando-as sempre limpas;

– Retirar água acumulada das lajes;

– Desentupir ralos e mantê-los fechados ou com telas;

– Colocar areia ou massa em cacos de vidro de muros;

– Lavar plantas que acumulam água, como as bromélias, duas vezes por semana;

– Preencher com serragem, cimento ou areia, ocos das árvores e bambus;

– Tratar a água da piscina com cloro e limpá-la uma vez por semana;

– Retirar a água da bandeja externa da geladeira e lavar com escova, esponja ou bucha;

– Lavar bem o suporte para garrafões de água mineral a cada troca;

– Lavar vasilhas de animais com esponja ou bucha, sabão e água corrente uma vez por semana;

– Manter aquários para peixes limpos e tampados ou telados;

– Manter vasos sanitários limpos e deixar as tampas bem fechadas;

– Guardar garrafas vazias e baldes de cabeça para baixo;

– Jogar no lixo objetos que possam acumular água, como latas, tampas de garrafa, casca de ovo e copos descartáveis;

– Manter a lixeira sempre bem tampada e os sacos plásticos bem fechados;

– Fazer furos na parte inferior de lixeiras externas;

– Descartar ou encaminhar para reciclagem pneus velhos ou furá-los e guardá-los secos e em locais cobertos;

– Em reservatórios de água abertos que não podem ser vedados, como cisternas e poços artesianos, recomenda-se cobrir com telas de malha fina.

Vacinação – Em 2024, a vacina contra a dengue foi incorporada ao Sistema Único de Saúde para crianças e adolescentes entre 10 anos e 14 anos que residem em localidades consideradas prioritárias, conforme critérios definidos a partir do cenário epidemiológico da doença ao longo dos últimos anos. (fonte: Ascom SES).