RS já registrou mais de 25 mil casos de violência contra o idoso em 2025; Ano passado foram mais de 60 mil casos no estado

Manchete

Dados são do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania e implicam em maus-tratos, exploração sexual e até tráfico de pessoas.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), até o final de 2026, pela primeira vez na história, haverá mais idosos do que crianças no planeta. O levantamento populacional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com base no último Censo Demográfico, mostra ainda, que o Rio Grande do Sul foi o estado brasileiro onde a população de idosos mais aumentou nos últimos dez anos. Das 20 cidades com maior número de idosos do país, 19 estão no Rio Grande do Sul e seis são do Vale do Taquari.

O IBGE também aponta que a população total do estado gaúcho é de 10.882.965. Há 1.534.498 pessoas com 65 anos ou mais, representando 14,1% da população idosa. O RS tem o maior índice de envelhecimento do Brasil.

Diante desse contexto, surge uma preocupação, a violência contra a pessoa idosa, tema que se faz necessária a discussão a fim de observar e lutar pelos direitos das pessoas na terceira idade.

Segundo o Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos, em 2024, foram 61.611 casos de violações (Qualquer fato que atente ou viole os direitos humanos de uma vítima. Ex. Maus tratos, exploração sexual, tráfico de pessoas) contra a pessoa idosa no Rio Grande do Sul. Em 2025, contabilizando esses cinco primeiros meses do ano, o estado gaúcho já registrou 25. 547 casos de violência contra a terceira idade. Só na capital Porto Alegre já foram 3.371 casos já registrados este ano.

Para a coordenadora do curso de Direito da Faculdade Anhanguera, Profa. Maria Luiza Bernardi, essa é uma realidade em que a vítima tem receio de denunciar em função de o agressor ser, na grande maioria das vezes, um ente próximo.

“Devemos redobrar os cuidados com os idosos a fim de ampliarmos a qualidade de vida desse público Essas vítimas convivem com familiares por necessidade de receber rede de apoio, o qual nem sempre é prestado de forma adequada. Por isso a atenção deve ser constante”, indica.

Maria Luiza alerta ainda que, quando não é um familiar, o idoso acaba sendo negligenciado por um cuidador e que a atenção permanente contribui para a redução dessas violências. “Quando se notar qualquer anormalidade no tratamento com o idoso, investigue e denuncie se houver algo de errado. Os idosos não têm, em geral, força ou métodos para se defender sozinhos. Há uma legislação responsável pelo direito do idoso e qualquer pessoa pode fazer a denúncia”, destaca.

A docente da Anhanguera indica que as denúncias podem ser feitas por diversos meios, seja através das Polícias Militar (190) ou Civil (197), o Disque 100 (que funciona diariamente, 24 horas por dia, 7 dias por semana) e canais eletrônicos. Ademais, órgãos como o Ministério Público, mais específico a Promotoria de Justiça com atribuição em matéria do Idoso, podem ser procurados para defesa dos direitos difusos e coletivos dessa classe uma vez que forem violados.

Por fim, a especialista afirma que é essencial evitar a perpetuação da vulnerabilidade do idoso, sendo fundamental que a família exercite o amor e a paciência para lidar com os desafios da terceira idade. “Estabeleça diálogos, fortaleça laços e proporcione um ambiente adequado e seguro para eles. Ouvir o idoso sobre o que ele está passando ajuda a dirimir esse problema”, afirma Maria Luiza. (fonte: Assessoria de imprensa – Anhanguera).