REGIÃO: Polícia Civil desmantela Organização Criminosa com células em Santo Ângelo/RS e Ipatinga/MG

Manchete

Uma organização criminosa, que teria célula também em Santo Ângelo, foi desmantelada em operação da Polícia Civil na segunda-feira (13). De acordo com o delegado Charles Dias do Nascimento, o trabalho é decorrente de uma investigação, que durou sete meses, conduzida por essa polícia judiciária de Farroupilha, na Serra Gaúcha. Além do município das Missões, as 19 ordens judiciais foram cumpridas também em Ipatinga/Minas Gerais e Guarulhos/São Paulo. Ainda segundo a Polícia Civil, essas células seriam especializadas na prática de fraude relacionadas às empresas de cutelaria. O trabalho policial visou a prisão de indivíduos pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro decorrentes de delitos relacionados a fraudes.

Em Santo Ângelo, duas pessoas foram presas preventivamente e 11 mandados de busca e apreensão foram cumpridos, tendo sido executados pelas equipes da Delegacia de Polícia de Farroupilha, com apoio das equipes da Delegacia de Polícia de Santo Ângelo. Os presos são apontados como estando entre os líderes do grupo, conforme a Polícia Civil, e foram localizados em suas residências, no município.

Durante a investigação, apurou-se, segundo a Polícia Civil, que o grupo criminoso criava ou se apropriava de contas em redes sociais (Facebook, Instagram e Whatspp), ora criando perfis fake, ora utilizando de perfis existentes (provavelmente clonados por eles utilizando os anúncios reais e imagens de três empresas de cutelaria do RS mediante impulsionamento – tráfego pago) e ofereciam os produtos com valores expressivamente inferiores, captando a vítima através desse marketing fraudulento e encaminhando a uma página de vendas (ora utilizando domínios falsos ora apenas a página de vendas criadas em plataformas específicas), cujo pagamento realizado através de pix destinado a uma conta “laranja”; as vítimas percebiam o golpe depois de alguns dias porque não recebiam os produtos.

No decorrer das investigações, apurou-se que os investigados, para a perfectibilização dos crimes, utilizaram 13 domínios falsos (todos bloqueados judicialmente) dezenas de contas laranjas, nove diferentes linhas telefônicas e em torno de 10 diferentes perfis em redes sociais (Facebook e Instagram – todos bloqueados), conforme a Polícia Civil. Foram identificados e rastreados 43.010 IP’s de conexão; somente nos últimos 15 dias da investigação o Grupo criminoso trocou 10.777 mensagens de whatsapp com supostas vítimas, identificadas via dados de conexão, oriundas de todos os estados da Federação, portanto a fraude teve abrangência nacional, de acordo com essa polícia judiciária.

No período investigado, houve movimentação de, no mínimo, R$ 1.8000,00 decorrente das fraudes. Ainda segundo a Polícia Civil, todos ostentavam luxuoso padrão de vida. Apurou-se, conforme a Polícia, que um dos investigados, na noite do domingo (12), estava se deslocando para o exterior, quando a equipe da delegacia de Farroupilha verificou que ele fez a imigração no Aeroporto de Guarulhos por volta das 22 horas, ocasião em que a Polícia Federal foi acionada para prestar apoio, sendo realizada a prisão dele dentro do avião que estava prestes a partir para Santiago do Chile. Os que seriam outros dois líderes do grupo, conforme o que aponta o trabalho investigativo, foram presos em suas residências em Santo Ângelo. Após as providências de praxe, todos foram encaminhados ao sistema prisional. (Polícia Civil/ Grupo Sepé).