A medida que as transações econômicas via PIX vão movimentando o cenário econômico nacional, novas variações de golpes com a modalidade de pagamento vão sendo perpetuadas por astutos e ardilosos falsários, contra cidadãos desavisados ou ainda, acostumando-se com as novas tecnologias de transferência digitais. Em Panambi, o novo golpe do “Pix Errado” movimentou registros aos órgãos de segurança na última semana, gerando alerta das autoridades policiais.
Especialista afirmam que o primeiro passo dado pelos fraudadores é fazer uma transferência para a conta da potencial vítima. Logo em seguida à transferência, a pessoa entra em contato com a pessoa pelo número de telefone, seja ligação ou mensagem de WhatsApp. Uma vez feito contato, o criminoso tenta convencer a vítima de que fez a transferência por engano e usa técnicas de persuasão para que o suposto beneficiado devolva o dinheiro. Na tentativa de convencimento, está uma das chaves para o golpe dar certo: a pessoa mal-intencionada pede a devolução em uma conta distinta da que fez a transferência inicial. É intuitivo pensar que a primeira forma de descobrir se o contato suspeito se trata de um golpe é checar se o dinheiro realmente foi depositado na conta da vítima. Para isso, basta conferir o extrato bancário. O fator que leva a pessoa ao erro é que realmente o dinheiro está na conta. A partir do momento em que a vítima se convence e decide fazer um Pix para a conta indicada como forma de devolver o dinheiro, ela caiu no golpe.
O prejuízo acontece porque, em paralelo ao trabalho de convencer a vítima, o golpista se utiliza de um mecanismo criado justamente para coibir golpes, o Mecanismo Especial de Devolução (MED). O mecanismo exclusivo do Pix foi criado para facilitar as devoluções em caso de fraudes, aumentando as possibilidades de a vítima reaver os recursos. Os criminosos acionam o procedimento, alegando que foram enganados pela pessoa que, na verdade, é a vítima. A transação alegada é analisada. No entanto, quando os bancos envolvidos nas transferências percebem que a vítima verdadeira recebeu o valor e logo em seguida transferiu para uma terceira conta, entendem essa triangulação como típica de um golpe. Assim, ocorre a retirada forçada do dinheiro do saldo da pessoa enganada. Desta forma, o golpista que já tinha recebido o dinheiro de volta voluntariamente consegue mais uma devolução, em prejuízo da vítima. Uma vez constatado que caiu no golpe, a pessoa pode também acionar o mecanismo de devolução. No entanto, a conta que recebeu o dinheiro transferido por “boa fé” pode já estar zerada, sem saldo para restituir o prejuízo. Órgãos de segurança orientam a comunidade a tomar cuidado redobrado com a funcionalidade da nova ferramenta, assim como, com a tentativa de novos golpes a partir do uso da ferramenta de devolução via PIX. A Polícia Civil investiga possíveis casos registrados em Panambi e deve tomar providências cabíveis acerca dos fatos.