Produtor de Panambi é referência em boas práticas no agronegócio

Agro Manchete

As boas práticas agricultáveis desenvolvidas pelo Grupo Strobel ao longo de 30 anos, ganham notoriedade internacional e conquistam a referência estadual ao ilustrar a matéria especial do Jornal Correio do Povo, no Caderno Rural, do último fim de semana (11 e 12), na matéria intitulada “Crise impulsiona busca por bioinsumos”, onde a matéria aborda:

BIOFÁBRICA NA PRÓPRIA FAZENDA 

Com propriedades nos municípios de Panambi e Condor, o agricultor Daniel Strobel é um entusiasta das práticas sustentáveis. Desde 1989, adota o sistema de plantio direto, com rotação de culturas no verão e a semeadura de um conjunto de até sete cultivos no inverno para aumentar o volume de palha e garantir uma cobertura permanente no solo. Na batalha contra os inimigos da lavoura, há cinco anos investe também no controle biológico de pragas e doenças, com a aplicação de defensivos formulados à base de bactérias e fungos.

A preparação dessas armas extraídas da própria natureza é feita na própria fazenda, em uma biofábrica onde, a partir de um inóculo, são multiplicados microrganismos “do bem”, como a bactéria Bacillus thuringiensis, que atua como inseticida, a Pseudomonas fluorescens, agente antifúngico e promotor do crescimento das plantas, e as espécies fixadoras de nitrogênio em gramíneas Bradyrhizobium japonicum e Azospirillum brasilense, entre outros. Com essa tática ecológica de manejo, Strobel vem conseguindo, a cada safra, uma redução de 50% a 70% no custo de aplicação de defensivos na comparação com os produtos químicos.

Chegar a resultados satisfatórios, porém, exige a identificação precoce da praga e intervenção quase imediata, ensina o agricultor. “É necessário ter um monitoramento da lavoura muito mais constante, porque o biológico age muito bem na fase inicial”, explica. A mudança de hábito no campo resume o segredo de uma estratégia de bioinsumos bem-sucedida, capaz de trazer equilíbrio ao ambiente. “Essa é a dificuldade maior de trabalho, olhar a lavoura praticamente todo dia. Mas, com o passar do tempo, observa-se o aparecimento ou a volta de muitos inimigos naturais que acabam auxiliando no controle”, relata Strobel.

Produtor de soja, milho e trigo, o agricultor também aposta há 20 anos em técnicas de fertilização, alternando adubos orgânicos e químicos em metade da área plantada a cada safra. Há cinco anos, introduziu o pó de rocha basáltica no processo, e os primeiros resultados foram animadores. “A gente não está diminuindo tanto o fertilizante químico, mas tem conseguido aumentar a produção sem aumentar muito o custo”, afirma. Para Strobel, os bioinsumos devem ser adotados como uma ferramenta complementar no sistema agrícola. “Lógico que não se pode substituir (os químicos) de maneira abrupta, sem olhar os demais pilares do sistema. Você não pode trabalhar uma coisa isolada”, observa.